Controle de Lagarta na Safrinha: Risco dos inseticidas

Na penúltima matéria da Série “Controle de Lagarta na Safrinha”, o Agrolink ouviu Ivênio Rubens de Oliveira, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, sobre os principais pontos negativos que devem ser observados ao se usar inseticidas químicos. Agora é um momento-chave para a cultura do milho na região Centro/Sul do Brasil, que colhe mais uma grande segunda safra do cereal.

“Se obedecidos os critérios para o uso correto dos produtos, principalmente aqueles preconizados pelo MIP (Manejo Integrado de Pragas), corre-se o risco de serem selecionadas pragas resistentes. É aquela situação em que se aplicam os produtos e parece não mais haver o controle”, alerta o especialista.

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Controle de Lagarta na Safrinha: Qual inseticida utilizar?

Segundo ele, quando isso acontece, os [técnicos] responsáveis muitas vezes ficam “tentados a aumentar a dosagem para ver se o efeito melhora, mas, com o passar do tempo, a situação só piora. Pode ocorrer uma situação, que num primeiro momento a praga esteja controlada, mas num curto espaço de tempo, a praga volta numa população muito maior. É o que chamamos de ressurgências de pragas”.

“Ocorre ainda que pragas que já existem na lavoura, mas não causavam prejuízos, podem mudar de status e tornarem-se importantes. Vimos isso recentemente com percevejos e cigarrinhas no milho. Uma das causas para isso está no mal uso dos inseticidas que eliminam os inimigos naturais e/ou não controlam mais as pragas-alvo”, explica o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.

Outro fator a ser analisado é o efeito de inseticidas sobre os polinizadores, tão importantes para altos patamares de produtividade. De acordo com Ivênio, há vários estudos mostrando o efeito mortal de vários inseticidas sobre estes organismos.

Amanhã: Quais são os principais pontos positivos ao se usar inseticidas químicos?

Agrolink