RS deve plantar 772 mil hectares de milho

Os agricultores gaúchos já deram início ao plantio do milho da nova safra. Em todo o Rio Grande do Sul, a estimativa da Emater/RS-Ascar para a temporada 2019/20 aponta para área de 772 mil hectares, com produtividade prevista de 7.710 quilos por hectare. Na regional de Soledade, que compreende 39 municípios, a projeção é de 80.770 hectares de milho para grão e outros 24.200 hectares de milho silagem. O assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Josemar Parise, afirma que deve haver leve crescimento na área cultivada em nível de Estado, mas na região a cultura vem perdendo espaços para a soja.

“As lavouras do cedo começaram a ser plantadas em setembro”, salientou Parise. Até outubro, aproximadamente 60% das áreas deverão estar semeadas na região, onde o restante do milho normalmente é semeado na resteva do tabaco, nos meses de dezembro e janeiro. Ele comenta que, de maneira geral, as lavouras implantadas apresentam boa germinação e emergência, com bom estande de plantas. “O clima, com chuvas regulares e períodos quentes, tem contribuído, mas breves períodos de baixas temperaturas acabam desacelerando o desenvolvimento da cultura”, ressaltou.

Para o especialista, o grão é estratégico para a agricultura no Estado, ainda mais para as pequenas propriedades de perfil familiar. “Além do aspecto econômico e da necessidade de buscar a autossuficiência na produção de grãos no Estado, o milho é importante na rotação de culturas, pois quebra o ciclo de doenças, pragas e plantas invasoras”, explicou. “E também tem excelente produção de palhada e sistema radicular para melhorar as características biológicas e físicas do solo.” Apesar das vantagens, comenta que a necessidade de altas produtividades para compensar os elevados custos de produção acaba constituindo um entrave.

“Nesse caso, o clima tem de ser favorável, com chuvas regulares, para evitar quebra de safra. Nas últimas sete safras, o milho, de uma maneira geral, teve ótimas produtividades e lucratividade”, enfatizou. Em setembro do ano passado, o produto esteve cotado a R$ 39,00 pela saca de 60 quilos. Neste ano, no mesmo mês, está sendo vendido a R$ 32,00. “A Emater/RS-Ascar tem trabalhado em nível de Estado a secagem e a armazenagem de grãos com ar natural nas propriedades rurais”, frisou. “Assim, o agricultor poderá vender o produto na época em que os preços estiverem mais favoráveis. Isso ajuda a fortalecer a produção de milho gaúcha.”

Um aliado da diversificação produtiva
O milho grão é considerado um negócio estratégico na propriedade da família Tatsch, em Rincão Del Rey, no interior de Rio Pardo. Na atual safra, o agricultor Edson José Tatsch e seus filhos Lafaieti e Lenon José Balparda Tatsch deram início ao plantio dos 20 hectares da cultura no começo de agosto. “As plantas estão se desenvolvendo bem, já estão com aproximadamente cinco folhas. Tem tudo para ser uma ótima safra”, projetou Lafaieti. A família desenvolve há gerações essa atividade e vende a produção para agropecuárias e outros agricultores.

Na unidade familiar, todo o processo é mecanizado, do plantio à colheita. A expectativa dos Tatsch é começar a retirar a produção da lavoura no próximo mês de fevereiro. Em paralelo, eles ainda cultivam soja – principal atividade agrícola da propriedade – e pastagens (aveia e milheto) para a alimentação do gado de corte. “Tentamos diversificar o máximo possível para não depender de uma única fonte de renda”, justificpu. Com silos próprios, pai e filhos ainda têm a vantagem de armazenar as colheitas a fim de obter poder de barganha nos melhores momentos para a venda dos grãos.

Milho em Rio Pardo
Conforme o técnico em agropecuária Felipe Moro Barbieri, do escritório da Emater/RS-Ascar de Rio Pardo, a expectativa é de que o município cultive na safra 2019/20 aproximadamente 3 mil hectares de milho sequeiro, 350 hectares de milho irrigado e outros 500 hectares de milho para silagem – somando safra e safrinha. A estimativa foi projetada na semana passada, em reunião do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com entidades agrícolas do município. “É uma cultura importante para a economia agrícola de Rio Pardo”, ressaltou.

Gazeta do Sul